No intervalo entre as aulas magnas 1 e 2, foram 20 anos de experiência profissional aplicando os conceitos da primeira aula, exercendo a profissão em várias indústrias durante nove anos, realizando mestrado e doutorado em engenharia de processos, ministrando aulas, realizando algumas pesquisas e divulgando nas associações industriais de Santa Catarina o que havia aprendido.
Em 1995, fui selecionado para um curso e projeto de pesquisa na equipe do ICETT – International Center for Environmental Technology Transfer – Yokkaichi – Japão. Visitei várias indústrias e tomei contato com a simplicidade, sabedoria e eficácia dos conceitos, que apresento a seguir:
- Tratamento de efluentes de qualquer tipo deve ser o último recurso tecnológico a ser utilizado, primeiro: REDUZIR, REUSAR, VALORIZAR, RECICLAR e só depois TRATAR.
- A razão é simples, TRATAR representa aumento de custos, todas as outras promovem RECEITAS.
- O DIRETOR TÉCNICO de uma empresa é aquela pessoa que MAIS SABE sobre o processo e não o mais academicamente graduado, no Brasil ainda temos um sistema cartorial.
- A responsabilidade ambiental é do PRESIDENTE da empresa e não do operador do sistema de gestão dos resíduos.
- Tratar um resíduo OBRIGA a não gerar outro.
- Exemplo que NÃO foi adotado no Brasil para as emissões de tanques dos automóveis: apenas muda-se o endereço. Sem tratamento da fase I (respiros dos tanques subterrâneos) não tem sentido exigir a fase II (automóvel), o vapor é mais pesado que o ar e descerá um pouquinho mais prá frente de onde foi coletado.
- Perguntei sobre a taxa de retorno sobre o investimento em recuperação, simplesmente me respondeu: INFINITO se considerar que outros processos só acarretam despesas.
- “Durante 100 anos compramos de vocês (Brasil) o minério de ferro, hoje estamos reciclando tudo isso e compramos muito menos.”
- “Vocês têm tudo, precisa de cromo, níquel, zinco? Vocês vão no quintal e pegam o que precisam e se dão ao luxo de desperdiçar, nós não podemos nos dar a este luxo e nem arriscar a vida dos nossos vizinhos.”
- Já tivemos desastres que chega, Minamata nunca mais.
- Um incinerador de lixo perto de Nagoya gera energia elétrica, água quente para abastecimento da população vizinha, aquecimento da água de piscinas públicas para uma grande parte da cidade, especialmente os bairros mais próximos do incinerador.
- As cinzas resultantes da incineração são utilizadas para produção de adubo e uma parte é fundida para fabricação de souvenirs.